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Dragão de Obsidiana

De Runarcana Wiki
Revisão de 19h30min de 30 de abril de 2021 por MasterOfSword (discussão | contribs)

“Murag ajudou imensamente no crescimento de nossa cidade… mesmo não sabendo disso”
- Aletia, a chefe dos mineradores




Meu caro Barukh, folgo em saber que esteja bem e com uma vida tranquila. Quando recebi sua carta, me interessei bastante pelo que você descreveu quanto à situação apresentada.

Para que meu conhecimento seja melhor utilizado, permita-me um breve preâmbulo quanto aos dragões.

A natureza e o comportamento dos Dragões são tão variados quanto a variedade de sua aparência. Não falo apenas de preferirem sua comida torrada por chamas chamas ou derretida em uma poça ácida, falo de personalidade mesmo, de coisas tão particulares que às vezes me questiono se são realmente uma espécie única.

Tudo bem, você pode me alegar que são várias espécies diferentes, mas elas possuem muitas similaridades para serem classificadas de forma totalmente singulares. Até mesmo dentro de uma mesma espécie existem múltiplas características que aparecem em alguns mas são completamente ausentes em outros.

Pra você entender melhor do que estou falando, vou citar aqui Kalimandre, um dragão (ou seria melhor chamar de dragonesa, na verdade... melhor chamar de criatura dracônica de uma vez) de obsidiana.

Acredite, se você acha que já viu algo majestoso, você vai perder completamente essa percepção ao ver essa criatura. Kalimandre é um dragão de obsidiana com talvez mais idade do que alguns continentes. Eu não tive a loucura de perguntar algo assim para uma criatura que poderia me obliterar com apenas um espirro.

Desculpe o devaneio, mas sobre os dragões de obsidiana. Essas criaturas não possuem a mesma concepção de gênero sexual, elas possuem uma personalidade que, às vezes, entendemos como mais próxima de uma mulher ou de um homem, mas isso não faz o menor sentido. Não é pelo fato da voz que você ouve da criatura ser próxima do que você está acostumado com a de uma mulher, que existirá uma personalidade “feminina”.

Uma das mais interessantes características dessa criaturas é que sua reprodução é feita por partenogênese, com raríssimas vezes isso acontecendo. Não posso afirmar categoricamente, mas provavelmente os Dragões de Obsidiana estejam entre os mais raros do nosso mundo.

Não pense que isso acontece por serem frágeis, pois garanto a você, quem ousa macular um covil de uma dessas criaturas, amaldiçoará seu país por um tempo considerável.

Criaturas extremamente individualistas (e preguiçosas), orgulhosas mas gentis e até educadas com quem também demonstra educação e respeito.

Mais uma vez, desculpe por perder a linha de raciocínio. Volto a falar sobre o que você me pediu especificamente em um parágrafo ou dois.

Quando encontrei Kalimandre, fui abençoado por ter aprendido que na selva de Kumungu todas as coisas têm seu lugar e não cabe a nós tirá-los deles. Isso me fez entrar no covil de uma criatura cujo olho era maior do que eu e conseguir ter uma das melhores (se não a melhor) conversa de minha vida.

Logo, baseado no que você me informou, acredito que seja muito difícil que o ovo que foi oferecido a você seja de fato de um Dragão de Obsidiana. Mesmo o casco sendo tão resistente como você disse, acredito que qualquer dragão não deixaria seu ovo ser roubado assim.

Ah, vale aqui outra menção a Kalimandre e ao que aprendi sobre seus iguais: nunca roube algo de um Dragão de Obsidiana. Se a criatura resolver presentar você com algo, considere-se sob as maiores das bênçãos, mas não tente roubar o que é deles, ainda mais um ovo que é praticamente uma cópia da criatura que ainda irá crescer.

O estrago causado por esse dragão não é tão catastrófico quanto o causado por um Infernal por exemplo, mas uma coisa é fato: essa criatura não morrerá e continuará atacando seus ofensores até que as gerações futuras deixem de existir.

Não conheço uma substância ou material que consiga penetrar as escamas dessa criatura. Acredite, Kalimandre me desafiou de maneira amigável a tentar ao menos arranhar uma de suas escamas. Talvez o amigo conseguisse isso em meu lugar, mas mesmo com os mais poderosos ácidos alquímicos que sou capaz de produzir, o máximo que consegui foi quase perder um dedo.

Agora, na remota possibilidade do ovo ser de fato de um Dragão de Obsidiana, o que você deve fazer com ele é incinerá-lo diariamente por tempo o suficiente para fazer seu casco se tornar alaranjado duas vezes por dia.

Faça isso por pelo menos 5 anos, que você saberá se de fato fez um bom negócio ou foi enganado. Meu último conselho a você é que, caso seja um dragão de obsidiana de fato, prepare-se para uma mãe (ou pai) extremamente furioso em recuperar sua cria.

Antes de me despedir, agradeço pelo leite fermentado que chegou em boa hora, estou planejando uma pequena excursão para a terra gelada de Freljord e com certeza essa carga me ajudará a lidar com esse frio.

Espero que essa carta o encontre bem, seu eternamente amigo.

- Eduard